quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Tchê pede a abertura da “Caixa Preta” e teme que governo perca capacidade de pagamento até do funcionalismo público

O deputado governista Luiz Tchê [PDT] trouxe para luz do debate um assunto velho que parecia estar adormecido: o endividamento do Estado. Em um discurso duro, que deixou o primeiro secretário da Casa, Ney Amorim [PT] sem entender nada, Tchê manifestou sua preocupação até com a folha de pagamento dos funcionários públicos. Sem respostas do tamanho rombo com as dividas da união, o deputado está disposto a recorrer ao Banco Central para obter as informações solicitadas através de requerimento protocolado em agosto de 2011, junto à Mesa Diretora.

- Daqui a pouco não vamos conseguir pagar nem a folha de pagamento – disse o deputado.
O parlamentar revelou que a preocupação é dos deputados estaduais de todo o Brasil. O objetivo é ter subsidio para discussão do tema no Congresso Nacional. Através da Unale, Tchê quer encontrar uma alternativa para diminuir os juros. “Os Estados não aguentam pagar essa conta”.
- Eu tenho informações de outros, inclusive de federações administradas pelo PSDB, mas não tenho informações do Acre! – exclamou.
Como base de governo o líder do PDT disse que gostaria de discutir esse problema de forma mais interna, mas demonstrou sua insatisfação com a falta de transparência do governo e com a incapacidade de investimento do Estado.
- O governador está praticamente toda semana indo à Brasília com o pires nas mãos atrás de investimentos. A união virou uma grande agiota. Em Minas Gerais, por exemplo, o endividamento foi de R$ 22 milhões, foi pago R$ 30 milhões e o Estado ainda deve R$ 60 milhões. Precisamos rediscutir os juros. Mas onde estão as informações? – questionou.
A ideia do deputado é se possível anistiar cinquenta por cento do valor da dívida. A redução possibilitaria investimentos nos setores de educação, saúde, segurança e infraestrutura.
O discurso “rebelde” foi observado de perto pelos membros da oposição que levantaram no final do ano passado, questionamentos sobre a capacidade de endividamento do Estado e que chegaram a constituir o Comitê Acre Transparente.
Para o deputado Major Rocha, líder da oposição, Tchê expõe uma situação que é visível em todos os setores. O tucano lembrou o acordo que foi feito com o funcionalismo público que em sua opinião é quem mais sofre com a estagnação econômica.
- Esse ano, pelo acordo que foi feito no passado, os funcionários públicos não terão direito sequer de se manifestarem por aumento. A estagnação econômica do Acre é visível nas filas dos hospitais porque o governo não tem como pagar bem os profissionais médicos; no setor produtivo que vem diminuindo sua capacidade de riquezas. Por outro lado, uma panelinha vem ficando muito rica nesse Acre – concluiu o deputado.
Jairo Carioca,
da redação de ac24horas
jscarioca@globo.com

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